Mostrar mensagens com a etiqueta Fábrica de Alcântara. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fábrica de Alcântara. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 3 de maio de 2016

Deslumbrante Prato Coberto, Motivo PAIZAGEM, da Fábrica de Louça de Alcântara

É inegável o nosso superior gosto, quase obcecação, pelas peças em Faiança da Fábrica de Louça de Alcântara.


Hoje apresentamos uma deslumbrante peça dessa Fábrica: Um prato rectangular coberto, com decoração monocromática, na cor sépia, com o motivo PAIZAGEM.


Trata-se de uma interessante decoração campestre ou campesina, ao gosto inglês, com um barracão agrícola – qual celeiro, com telhado de duas inclinadas águas e o que se presume ser uma habitação, com chaminé fumegando, com cercado em paus, junto ao mesmo uma presença humana; com interessante enquadramento entre árvores e arbustos.


Trata-se de uma decoração com várias estampagens altamente trabalhadas, com intensa pormenorização, que conjugadas com a forma e relevos da peça lhe dão uma particular beleza – a dita faiança fina – ou à época, do tipo faiança inglesa, tentando fazer frente à faiança inglesa importada.


Peça duplamente marcada, com carimbo e gravação; carimbo monocromático, cor sépia, com o anagrama L&C – Lopes e Companhia – LISBOA e duas raquetes, uma com a indicação de FAIANÇA FINA e outra com FÁBRICA D’ ALCÂNTARA; a gravação com a marca circular de Lopes & Companhia.


Trata-se, em termos de carimbo, obviamente duma peça produzida no 3.º período de fabrico da fábrica (período definido por nós – fonte 1), correspondente, temporalmente, aos anos de 1889 a 1901: L & C – FAIANÇA FINA– FABRICA D´ALCANTARA - LISBOA – firma Lopes & C.ª.


No que se reporta à marca gravada na pasta, a exibida corresponde a um período que medeia entre 1897 a 1930 (?): LOPES & C – ALCANTARA - LISBOA – firma Lopes & C.ª. (fonte 1), pelo que com alguma segurança se pode considerar que se trata de uma peça produzida, provavelmente, entre 1889 e 1901.


Aqui fica a apresentação da peça, para deleite de todos nós.




Fontes:





domingo, 21 de junho de 2015

Prato Decorativo, em Policromia Estampada, da Fábrica de Alcântara

Hoje apresentamos um prato decorativo, de pendurar, em policromia, por estampagem da Fábrica de Louça de Alcântara, com uma cena romântica.


Trata-se de uma interessante peça, de louça decorativa, em policromia fabricada pela Fábrica de Louça de Alcântara, modelo que se crê ter começado a ser fabricado a partir de 1900, data a partir da qual começou a ser utilizada a marca circular inserida na pasta, com “LOPES & C.ª – ALCANTARA – LISBOA” e que coincide com a abertura da loja na Rua da Prata, n.º 249-251, em Lisboa.
 
(Marca que começou a ser utilizada após 1900)

(Loja da Rua da Prata n.º 249-251, em Lisboa, a partir de 1900)

Prato de forma hexagonal, com bordadura recortada, dourada e aba com interessante relevo, baixo-relevo, com decorações em padrão geométrico alternado, em número de doze, sendo seis na cor amarela e outros seis na cor roxa, de aplicação aerógrafada e em “degradée”, da bordadura para o covo.



Esta decoração da aba, pode-se considerar estilo “Arte Nova”, correspondente ao período que medeia entre os finais do século XIX e início do Século XX

O motivo da decoração, em policromia, por estampagem, com uma cena romântica, ao gosto da época ocupa o centro de prato – no seu covo, muito ligeiro.



Este desenho central apresenta uma senhora vestida de forma impecável, com trajes à época, ligeiramente dobrada a limpar a asa do cúpido; cena esta enquadrada por luxuriante vegetação floral e por coluna clássica e banco de jardim, em pedra, provavelmente mármore.

Crê-se que este prato possa ser englobado numa das séries designadas por “Figuras Clássicas”, ou “Figuras Românticas”, identificados pelo Mercador Veneziano, no seu blogue “A Fábrica de Alcântara: breves notas sob a sua produção” (http://fabricadealcantara.blogspot.com/). Consideramos em "Figuras Clássicas".




No tardoz do prato lá está apresentada a marca na pasta do carimbo circular de Lopes e C.ª, já citado.



Em suma um exemplar de um dos vários tipos de louça produzida pela Fábrica de Louça de Alcântara: Louça Decorativa Policromada por Estampagem.


Fontes:

1) – “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

2) – “Cerâmica Portuguesa – Marcas da Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro – 1987;




quinta-feira, 14 de maio de 2015

FAIANÇA D’ ALCÂNTARA, MOTIVO PORTO: UM LOTE INTERESSANTE



Há dias felizes, como se costuma dizer!


Há algum tempo atrás numa das nossas deambulações por uma das muitas feiras de velharias, de antiguidades e de “lixo”, que se realizam; num pano de chão e entre várias peças de faiança, de porcelana e de quinquilharia diversa, vimos duas boas peças de loiça da Fábrica de Alcântara.


Começamos por perguntar o preço de umas peças em faiança, de fabrico corrente e menos valorizadas e outras em porcelana, algumas mesmo “chinesices”; por fim perguntamos o preço das duas interessantes peças em Faiança de Alcântara, uma travessa de cantos arredondados e uma molheira…


À, isso é outra loiça, é de Alcântara, tem mais de cem anos, isso é caro….”, Lá dizia o vendedor, e nós com toda a calma e tempo lá lhe perguntámos o valor, e na verdade o valor que indicou era elevado, até um pouco exagerado!


Voltamos-nos para outras peças de qualidade inferior, mirámos as mesmas, enquanto ela atendia um casal, que lhe comprou algumas peças.

Voltámos à carga, como se costuma dizer, e pedimos se ele fazia um preço especial, gostávamos das peças, mas desconhecíamos que as mesmas “valiam tanto”; na verdade fez uma razoável atenção no valor, ao que nós contrapusemos outro valor, metade do valor inicial que tinha indicado, ele subiu um pouco e lá fizemos negócio!

Negócio feito e um grande rol de recomendações “tenha cuidado com essas peças, não as parta, são muito boas,… tenha cuidado não bata com o saco,…, não o deixe cair”; ao que agradecemos.


E lá trouxemos uma travessa funda, com covo acentuado, de cantos arredondados e uma molheira, de interessante silhueta, vista de perfil, ambas com decoração vegetalista, monocromático azul-escuro, cujo motivo se denomina “PORTO”.

Esta decoração, por estampagem, para além dos motivos vegetalistas, exibe também arranjos geométricos com elementos curvos, alternados com arranjos vegetalistas de pequena dimensão, com simetria e repetição.


A travessa possui marca gravada na pasta, com o formato circular, com a indicação “LOPES & C.ª – ALCANTARA – LISBOA”, correspondendo, provavelmente ao período de fabrico entre 1900 e 1917, tendo em atenção a palestra dada pelo Sr. Jaime Regalado em 23 de Janeiro do corrente ano, no Museu de Cerâmica de Sacavém. Não possui qualquer identificação do motivo.

Quanto à molheira e devido à sua base ser copada e funda, não possuí qualquer carimbo ou marca gravada na massa que identifique o seu fabrico, período, ou motivo; mas a sua decoração não deixa dúvidas: Motivo Porto, faiança da Fábrica de Alcântara.

Noutra banca mais à frente, melhor, noutro pano no chão e entre faianças de Sacavém, de Coimbra: Lusitânia e Lufapo, bem como de Aveiro: Aradas e Pinheira, dois pratos de sobremesa, que imediatamente os identificámos como sendo da Fábrica d’ Alcântara e do motivo PORTO.


Ambos com marcas circulares iguais à da travessa no tardoz, mas um, por sinal com um defeito de fabrico no covo, com uma “nódoa” e falta de vidrado, mas também com um carimbo monocromático a azul-escuro, com as indicações. “L & C”, “FAIANÇA FINA”, “FÁBRICA D’ ALCÂNTARA” e “PORTO”, encaixilhado, evidenciando de forma inequívoca o respectivo motivo.


Peças provavelmente de fabrico compreendido entre os anos de 1887 a 1900, segundo as indicações dadas pelo Sr. Jaime Regalado em 23 de Janeiro do corrente ano, na palestra que deu no Museu de Cerâmica de Sacavém.


No entanto e dado que um dos pratos possui o carimbo e a marca gravada na pasta, dá-nos, provavelmente a indicação que se trata mais especificamente de fabrico do ano de 1900 ou 1901, quanto postavam conjuntamente o carimbo e a marca referidas.


Em suma, um dia de sorte, que conseguimos reunir um pequeno lote (quatro peças): uma travessa de cantos arredondados, uma molheira com um interessante formato e dois pratos de sobremesa, todos do Motivo “Porto” da Fábrica d’ Alcântara.


Como sabemos as peças mais frequentes são os pratos, que rasos ou covos, pelo que estas peças, nos deram uma satisfação especial, razão de as apresentarmos em conjunto.


FONTES:

1) – “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;



4) - “Cerâmica Portuguesa – Marcas da Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro – 1987;




domingo, 10 de maio de 2015

OUTRO PRATO DE ALCÂNTARA, IMACULADO, MOTIVO PÁSSAROS (?) PARDAIS ?


A paixão ou obsessão pela Louça de Alcântara leva-nos a apresentar outra peça dessa deslumbrante Fábrica, de que tão pouco se sabe – um prato covo, perfeitíssimo, imaculado, com o motivo “Pássaros”? “Pardais” ?, não sabemos.
Prato em faiança fina, tal como o próprio carimbo no tardoz do mesmo a indica, de muito boa qualidade de execução, com uma interessante decoração monocromática a, negro, com motivos vegetalistas, de duas espécies, pássaros, borboleta e insecto.
É uma decoração estampada, fora dos habituais padrões, não demonstrando qualquer influência inglesa, antes pelo contrário, uma decoração inovadora, à época, influenciada pelas novas linhas temáticas da arte.
A decoração é contínua de aba a aba, atravessando todo o covo do prato, com uma organização perfeita na área disponível do mesmo e criando um enquadramento harmonioso da cena ambientalista apresentada.
Constitui, provavelmente, uma das primeiras manifestações na cerâmica, em Portugal, da denominada “Arte Nova”, em que os conceitos e ideias naturalistas eram postos em prática, neste caso específico, a nível da decoração.
Mais tarde, já no início do século XIX, este estilo estético, foi ao seu expoente máxima, a nível da cerâmica nacional, ultrapassando a decoração e influenciando a forma e assim surgiram muitas peças, nas Caldas da Rainha, em forma de vegetais. Peças cerâmicas em forma de couves, alfaces, abóboras; de peixes e de outros animais – quem não conhece a “Louça das Caldas” ?
Não há dúvida que se trata de uma decoração vegetalista na linha de outros motivos, desta fábrica, tais como: motivo PAISAGEM, motivo FRAGATA, motivo VARINA?, motivo LEQUE?, motivo ESTIO?, motivo CACTOS, motivo PAPOILAS?, motivo PHANTASIA, motivo ESPIGAS?, motivo CAMPAINHAS, motivo LEQUES, ou motivo SILVAS, em que se pode considerar que há um elo condutor, a decoração com motivos vegetalistas, fora dos habituais padrões de estampagem com influência anglo-saxónica e em que a decoração se desenvolvia sem os preconceitos de aba e covo, mas sim sobre toda a superfície do prato.
Possui no tardoz do prato marca monocromática a, negro, com a indicação de “L & C” – (Lopes & C.ª), “FAIANÇA FINA”, “FABRICA D’ALCANTARA”, , pelo que o seu provável período de fabricação, segundo a fonte 1), se terá iniciado no ano de 1886, quando a fábrica passou para a propriedade e gestão de Lopes & C.ª. Não possui qualquer referencia ou identificação do estilo da decoração.
Segundo palestra dada pelo Sr. Jaime Regalado em 23 de Janeiro do corrente ano, no Museu de Cerâmica de Sacavém, a designação de “FAIANÇA FINA”, em substituição de “LOUÇA À INGLEZA”, começou a ser aplicada provavelmente a partir de 1890.
Trata-se pois de uma peça, muito provavelmente com cerca, ou mais, de 125 anos, em perfeito estado de conservação, sem qualquer cabelo, nem qualquer outra falha – uma peça de faiança da Fábrica de Louça de Alcântara imaculada!
Em suma podemos considerar uma peça rara!

Fontes:
1)“Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;


4) - “Cerâmica Portuguesa – Marcas da Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro – 1987;

PRATO DE ALCÂNTARA, MOTIVO MANUELINO

A Faiança da Fábrica de Louça de Alcântara encanta-nos de forma superior, pelo que ciclicamente fazemos uma revisitação à mesma e apresentamos uma peça, de modo a mantê-la presente.
Todos sabemos, que quando a Fábrica de Louça de Alcântara iniciou a sua fabricação, em 1885 tinha de rivalizar e concorrer com a faiança inglesa, da qual teve uma enorme influência, de mais a mais que um dos seus primeiros proprietários e gestor era inglês, Stringer.
Por tal razão, a qualidade da louça que começou a produzir era de muito boa qualidade, a dita “faiança à ingleza” e quando passou para a gestão portuguesa, exclusiva, com Lopes & C.ª, e a denominada “faiança fina”.
Pese embora tivesse utilizado alguma estampagem igual ou semelhante à inglesa, a linha diferenciadora e cativante para impulsionar o seu consumo foi a utilização de estampagem com motivos próprios e ao gosto nacionalista.
Um desses motivos, e que permitiu a concepção de um prato fabuloso foi o “Motivo Manuelino”, com um perfeito toque nacionalista, reportando, evidenciando e enaltecendo a época áurea dos descobrimentos portugueses, aos quais se associa o estilo Manuelino.
O estilo Manuelino, ou seja o estilo gótico português, tardio ou também denominado flamejante cujo expoente máximo e edificação emblemática é o Mosteiro dos Jerónimos, mandado construir por D. Manuel I, e destinado a perpetuar o regresso de Vasco da Gama, da Índia, em 1502.
O exemplar que apresentamos possui o motivo “Manuelino”, com uma exuberante decoração na aba do prato, sopeiro, em tom monocromático grená, decoração essa com a exibição de seis pormenores arquitectónicos do referido estilo gótico português tardio ou manuelino, alternados com outros seis elementos decorativos em que exibidos figuras ou bustos com trajes à época.
No centro do covo do prato sopeiro, uma esfera armilar e envolvendo a mesma uma coroa circular com motivos vegetalistas, igualmente na cor monocromática grená ou rosa escuro.
A esfera armilar é o motivo preponderante e mais frequente na arquitectura manuelina, tendo sido a divisa conferida pelo rei D. João II ao futuro rei D. Manuel I, e mais tarde considerada como um sinal de afirmação divina para o reinado do citado D. Manuel.
Possui no tardoz do prato marca monocromática grená com a indicação de “L & C” – (Lopes & C.ª), “FAIANÇA FINA”, “FABRICA D’ALCANTARA”, e encaixilhado “MANUELINO”, ou seja o nome do motivo da peça, pelo que o seu provável período de fabricação, segundo a fonte 1), se terá iniciado no ano de 1886, quando a fábrica passou para a propriedade e gestão de Lopes & C.ª.
Segundo palestra dada pelo Sr. Jaime Regalado em 23 de Janeiro do corrente ano, no Museu de Cerâmica de Sacavém, a designação de “FAIANÇA FINA”, em substituição de “LOUÇA À INGLEZA”, começou a ser aplicada provavelmente a partir de 1890.
Trata-se pois de uma peça, muito provavelmente com cerca, ou mais, de 125 anos, em perfeito estado de manutenção, sem qualquer cabelo, nem qualquer coloração de gordura ou outra.
Pelo motivo, pelo seu estado de conservação, trata-se de uma peça que podemos considerar rara!

Fontes:

1)“Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

4) - “Cerâmica Portuguesa – Marcas da Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro – 1987;


quarta-feira, 18 de março de 2015

LOUÇA FINA DE ALCANTARA – PRATOS RECORTADOS COM MOTIVO DESCONHECIDO

Desde há muito que a louça da Fábrica de Alcântara nos fascina: sentimos um encanto especial pelas suas peças, pela sua decoração e pela diversidade das marcas e carimbos que ostentam.

Trata-se de peças em faiança de qualidade superior, com decorações interessantíssimas, nem sempre identificáveis, geralmente com alguma influência da cerâmica inglesa, mas em que os motivos, os temas e a decoração são, por vezes, ao gosto nacional.

 

A informação bibliográfica sobre esta Fábrica é escassa, a menos da fonte (1), com um inegável e reconhecido valor, na divulgação de peças e de conhecimentos, e que a todos nos tem ajudado.

Assim, cada vez que aparece mais uma peça deste fabrico é um encanto, quer pela peça, sejam pratos ou outras peças utilitárias, em que os motivos são desconhecidos até ao presente, pelo menos por nós.

É pena que algumas dessas peças não tenham o motivo identificado, junto da respectiva marca ou carimbo, pois assim e de forma inequívoca sabia-se qual era o mesmo.

Hoje vamos apresentar dois pratos, das peças que ultimamente conseguimos e que achamos por bem divulgar, partilhando as suas imagens, para conhecimento de todos.

É na partilha de conhecimento que todos nós nos vamos enriquecendo, adquirindo mais informações e saberes.

Trata-se de dois interessantes pratos, de faiança fina, de aba recortada, com filete dourado e com uma interessante decoração.


Um dos pratos possui uma decoração com dois arranjos, um, em policromia, com motivos vegetalistas e volutas, a ocupar a aba e outro, em lado oposto com uma interessante paisagem, unto a um rio, a uma ponte, um palácio à beira de água, entre verdejante arborização.


No rio, duas colunas verticais de mármore, às quais está amarrada uma gondola (?); um pouco mais afastado, um bote com dois ocupantes-bucólica paisagem.


Noutro prato, o motivo vegetalista repete-se, mas o outro motivo é diferente, embora com o mesmo tema: uma mancha de água (rio?), uma gondola no mesmo, com um ocupante em pé e ao fundo um conjunto edificado extenso, sobre os telhados do mesmo sobressai as cúpulas (zimbórios) de uma igreja ou outro tipo de monumento.

Que motivo será? Desconhecemos.

Cremos não se tratar do motivo “Paisagem Marítima” já identificada na fonte (1).

  

No tardoz dos mesmos, as marcas e carimbos são inequívocos: carimbo circular, na cor sépia, “LOPES & CA”, “ALCANTARA” e “LISBOA” e a marca na pasta, circular de igual período.

Trata-se de um fabrico posterior a 1897.


FONTES:



3) - “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

4) - “Cerâmica Portuguesa – Marcas da Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro – 1987;