Porque será que os pratos em
faiança, mais antigos, de uso mais comum e popular, eram mais pequenos? Seria
para os seus utilizadores comerem menos?
Este pequeno prato, em faiança “grossa”,
simples, com intensa decoração floral, simétrica, monocromática, cor-de-rosa
forte, na aba chamou-nos a atenção. A decoração no covo é singela e reporta-se
a dois filetes, concêntricos, na mesma cor.
A decoração da aba foi aplicada por
estampilhagem, com uso a stencil – chapa recortada, para a pintura do motivo em
causa.
O tardoz do prato evidencia um
esmalte leitoso, muito poroso, com a apresentação da massa.
A atribuição do seu fabrico não é
fácil, pois não há qualquer marca ou carimbo que o permita identificar com
segurança.
É de Coimbra! É fabrico do Norte!,
Afinal em que ficamos.
Na fonte (1) é exibido um pratão em que
o mesmo é considerado como “possível
fabrico de Coimbra”.
A decoração da aba do mesmo, é
precisamente igual ao do prato que estamos a apresentar.
Igualmente na mesma fonte (1) surge
um novo prato, a seguir exibido, e em que é dito que “embora estes pratos tenham
surgido em inumeradas fábrica do Norte, a decoração simétrica da aba sugere
origem de Coimbra”
Mais uma vez a decoração da aba é
igual à do nosso prato.
Ainda através de uma outra consulta à mesma
fonte (1) é exibido um pratão, em que, mais uma vez, a decoração da aba é igual
ao do nosso prato, mas a identificação do mesmo é diferente: “…Pratão em faiança do Norte, provável origem
da fábrica Cavaco” (????)
Mais pesquisas efectuámos e convictos
ficamos que se trata na verdade de um fabrico de Coimbra.
Pela decoração floral simétrica estampilhada
na aba e a singeleza dos dois filetes limitadores do covo, leva-nos a
considerar como sendo de fabrico de Coimbra e não do Norte.
Fontes:
2) – “Faiança Portuguesa Séculos
XVIII-XIX”, Colecção Pereira de Sampaio, Editores ACD, 2008.
3) – “Cerâmica Portuguesa e Outros
Estudos”, de José Queirós, Organização, Apresentação, Notas e Adenda
Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial
Presença, 3ª Edição, Lisboa, 1987.
4) – “Faiança Portuguesa – Seculos XVIII-XIX”,
de Arthur de Sandão, Livraria Civilização, 2º Volume, Barcelos, 1985