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sexta-feira, 4 de março de 2016

PRATO RARO DA FABRICA DE LOUÇA DE SACAVÉM, MOTIVO 1248 – HIPOPOTAMOS


Como sabemos o formato ESPIGA da Fábrica de Louça de Sacavém utilizou muitos motivos, vários com referências africanas e referentes às antigas Colónias, quer com motivos, cenas ou animais.


Prato da F.L.S. motivo 1248 - Hipopótamos

Nomeadamente os motivos 1259 e 1260 com cenas de caça ao hipopótamo, há outro que se reporta somente a hipopótamos a beber água, que se trata do motivo 1248.


Pormenor do motivo 1248

Apresentamos um prato covo, de bordadura recortada, aba aerógrafada na cor-de-rosa escuro, estampado no fundo do covo com a cena africana dos hipopótamos a beber água num meio aquático com enquadramento de vegetação tropical.


Aba aerógrafada com bordadura recortada

Pela análise do tardoz do prato verificamos trata-se de um prato da Fábrica de Louça de Sacavém, do período GILMAN & CTA., com o correspondente carimbo, monocromático cor-de-rosa, completado superiormente com a identificação alfanumérica do motivo “1248” e inferiormente a palavra “PORTUGAL”.


O tardoz do prato 


O frete do prato, o carimbo e as marcas alfanuméricas na pasta 

Possui ainda gravado na pasta as seguintes marcas alfanuméricas: “8“, “HF” e “(estrela)“.


O Carimbo, com a identificação do motivo e as marcas alfanuméricas na pasta

O carimbo corresponde ao período da fábrica de 1910-1972 e sua configuração a nível da fivela e dos furos do cinto: dois furos à esquerda da fivela, fivela rectangular nítida, um furo entre a fivela e a dobra do cinto; três furos à direita da dobra do cinto e remate do cinto trata-se da variante G&Cta.2, a segunda mais antiga e corresponde, provavelmente ao período temporal de 1920 a 1930.


Pormenor do Carimbo e identificação da Variante G&Cta.2

Um prato covo, também dito, de sopa, com uma decoração aerógrafada e estampada, com motivo muito pouco comum, interessante e intrinsecamente com valor para os amantes das faianças e seus coleccionadores.
 

O prato em exibição - muito pouco frequente


FONTES:

1) -  “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

2) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Colecção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

5) – “Primeiras peças da produção da Fábrica de Loiça de Sacavém: O Papel do Coleccionador”, de Ana Paula Assunção, Carlos Pereira e Eugénia Correia, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – 2003;

6) – “História da Fábrica de Loiça de Sacavém”, de Ana Paula Assunção e Jorge Vasconcelos Aniceto, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Julho de 2000;

7) – “Roteiro das Reservas”, de Ana Paula Assunção, Carlos Pereira e Joana Pinto, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – 2000 (?);


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

PRATO CENTENÁRIO E RARO DA FÁBRICA DE LOUÇA DE SACAVÉM


A Fábrica de Louça de Sacavém continua a ser um mistério devido ao incontável número de peças que fabricou, continuando-se a descobrir peças ainda não inventariadas ou conhecidas.


O prato em apresentação

Tudo isto a propósito de um pequeno prato que encontramos recentemente numa banca, que um adolescente estava a vender.

Prato de reduzidas dimensões, 21,0 cm de diâmetro, de covo acentuado, com 3,5 cm com curiosa e interessante decoração, aplicada a aerógrafo sobre stencil (chapa recortada), a duas cores, verde seco e rosa pálido, com motivos florais e abstractos na aba do prato.

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A intrigante decoração do prato

Peça de formato liso, cor monocromática, creme, sobre a qual foi aplicada a decoração na aba, já referida.

Nada nos indiciava que fosse um prato da FLS, antes pelo contrário, inclinávamos-mos mais para uma peça de fabrico de uma das Fábricas de Aveiro e como sendo mais uma “cópia ao gosto do artista” de outra de outra Fábrica.

Mas eis senão o nosso espanto quando verificamos o tardoz do pequeno prato e nos deparamos com os três anéis do frete, com organização habitualmente atribuível à FLS – Fábrica de Louça de Sacavém.


O tardoz do prato e a inequívoca fábrica e período de fabrico

Mas não havia dúvidas, tinha gravado na pasta a marca COROA, sob a mesma a palavra “SACAVÉM” e o número “7” – desvenda-se o fabrico, cria-se o mistério sobre a peça!


A irrefutável marca e o mistério do símbolo numérico "7"

Esta marca (COROA SACAVEM), como sabemos corresponde ao período de fabrico entre 1886 e 1902). As marcas da trempe quando o prato foi vidrar são perfeitamente visíveis, o que também ajuda a comprovar que o mesmo foi efectuado à muito.


As marcas da trempe no acto da cozedura do vidrado

Este tipo de decoração foi característica dos anos 20, 30 e 40 do século passado, pelo que este prato representa, certamente os primórdios de tal processo: a técnica da aerografia aplicada sobre stencil (chapa recortada).

Em suma, provavelmente, uma das primeiras peças da Fábrica de Louça de Sacavém a ser aerógrafada, com o recurso a uma chapa recortada e com uma decoração floral. Uma produção mais fácil, a custo mais baixo e com decorações simples e apelativas, com base nas novas tendências à época.


A curiosa decoração aerógrafada com stencil

Que poderá ser do final do século XIX ou início do século XX e por conseguinte já com mais de 110 anos!


Não nos cansamos de exibir a estranha decoração da peça em função da época do seu fabrico

Um prato com uma decoração “muito à frente” em relação à época em que foi produzido!


Seria um prato existente, que décadas depois, foi aerógrafado sobre chapa recortada?

Será mesmo assim? E o n.º 7, o que significará?

Mais um mistério do fabrico da Fábrica de Louça de Sacavém.


FONTES:

1) -  “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

2) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Colecção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

5) – “Primeiras peças da produção da Fábrica de Loiça de Sacavém: O Papel do Coleccionador”, de Ana Paula Assunção, Carlos Pereira e Eugénia Correia, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – 2003;

6) – “História da Fábrica de Loiça de Sacavém”, de Ana Paula Assunção e Jorge Vasconcelos Aniceto, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Julho de 2000;

7) – “Roteiro das Reservas”, de Ana Paula Assunção, Carlos Pereira e Joana Pinto, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – 2000 (?);