AMOR, carinho e saudações o que
desejamos e transmitimos a todos, após este interregno de postagens.
A vida, as suas vicissitudes, os
acontecimentos condicionam-nos e por vezes interrompemos os nossos hobbies, mas
logo que possível retomamos os mesmos.
É o que acontece com esta nova
postagem, e é com AMOR que nos dirigimos a todos os amantes das faianças, aos
visitantes do blogue, aos nossos amigos.
Recomeçamos com um interessante
prato em Faiança, decorada em policromia, com cores alegres, com uma
interessante cercadura ornamental com decoração geométrica, estampilhada (com
aplicação de chapa recortada para pintura), na aba, na cor azul celeste e com
uma vistosa decoração no covo.
Uma minhota, talvez de Viana, com
o seu traje característico: uma saia rodada, larga na base, rosa pálido, com um
debrum na cor preto. Sobre a mesma um avental amarelo, com listas verticais
pretas e na base do mesmo, bordada a palavra AMOR. Uma camisa bufada, na cor
azul, com punhos apertados e peitoril ou colete amarelo, com decoração no coz a
verde, com atilho e pendente. A gola é preta. Completa um lenço verde na cabeça
e uns tamancos pretos.
Com enquadramento de base duas
palmas na cor verde-escuro.
Prato em Faiança com vidrado
leitoso, deixando perceber no tardoz a cor da pasta, que é cor de grão, bem
como as imperfeições do vidrado e os vincos das trempes, quando foi cozer e
possuindo um único frete, na bordadura da base.
A beleza e a simpatia pelo prato
e o AMOR ao mesmo, levou que os seus antigos proprietários o tenham tratado com
todo o carinho e tenha sido um preto decorativo, de pendurar, com uma “aranha”
muito pouco vulgar, mas interessante, a qual preservamos e mostramos
Para além disso o motivo da
decoração do covo indicia uma figura minhota, o que corrobora a nossa opinião
de ser um prato de fabrico do Norte.
Trata-se, cremos de um prato dos
finais do século XIX ou princípio do século XX.
Fabrico de Aveiro, não é de
certeza, pois os motivos, as cercaduras eram diferentes; as cores mais
esbatidas e no tardoz, possuíam, geralmente, dois fretes.
Por outro lado, cremos que as
cercaduras ornamentais de Coimbra eram mais elaboradas, mais trabalhadas, com
figuras geométricas com simetrias (visão de caleidoscópio), e daí pensarmos ser
fabrico do Norte.
Quer seja do Norte, ou
eventualmente de Coimbra, é com muito AMOR que o apresentamos.
FONTES:
1) – “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós,
Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e
Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença, 3ª Edição, Lisboa, 1987.
2) - “Faiança Portuguesa – Seculos XVIII-XIX”, de Arthur
de Sandão, Livraria Civilização, 2º Volume, Barcelos, 1985.