PRATO
DECORATIVO DA RAUL DA BERNARDA
A
Faiança de “Raul da Bernarda” foi, como sabemos, provavelmente a mais afamada
faiança artística de Alcobaça e sem dúvida a sua mais antiga fábrica, e com maior longevidade que infelizmente também já encerrou.
Tudo
isto a propósito de um pratodecorativo, de bordadura gomada, com a cor
de fundo a azul claro e decoração a azul-escuro, amarelo, vermelho, verde e
violeta, encontrado numa tenda, sobre um pano amarelecido, há dias numa feira
de velharias.
Cercadura de arranjos esquematizados, com azuis carregados e bem cozidos, que dão um reflexo notório à peça, enaltecendo a sua imagem.
A composição floral do fundo do prato tem uma forma e expressão mais simples de tratamento, com cores menos fortes, mas mantendo os habituais tons.
Em suma, prato decorativo
de interessante recorte de bordadura, com decoração policrómica na aba e uma
simples flor no covo, mantendo a policromia habitual.
No
verso do prato a marca e assinatura (sigla): RB – ALCOBAÇA – A.J.
A
marca é a correspondente ao período de Raul Ferreira da Bernarda (a partir de
1933) e até final da década de 40.
A
sigla do pintor, “A.J.” corresponde à de um dos melhores pintores que passaram
pela Fábrica – António José Saraiva Mendes
Sabe-se
que este pintor, conjuntamente com António Rosa, José Serafim, Luís Salvador,
José Salvador e José Luís Gonçalves constituíram o núcleo responsável pela
qualidade estética e inegável afirmação da faiança de “Raul da Bernarda” nos
anos 30 e 40, criando um estilo e uma imagem que perdura.
As
faianças de “Raul da Bernarda” foram evoluindo no tempo em função das modas, estilos
e gostos, mas a época de 30/40 ficou marcada para sempre, com a particularidade,
beleza, desenho e pintura das peças decorativas então produzidas.
Peça com sigla do pintor António Rosa
Pratos decorativos, mais "recentes" das décadas de 50 e 60:
Peça com sigla do pintor José da Costa
Peça com sigla do pintor João José Oliveira
Infelizmente em Maio de 2008, a empresa fechou as portas e iniciou o processo de insolvência, vindo a ser declarada insolvente em Maio de 2011 tendo o BES – Banco Espirito Santo ficado como proprietário do imóvel onde funcionava a Fábrica.
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