Prato fundo, grande, em faiança de Sacavém (?) ou de Alcântara (?), motivo cerejas (?), decorada em tom monocromático a
negro com padrão baseada em composições frutíferas, uma grande, duas médias e
uma pequena, esta no centro do covo, as outras estão decalcadas na aba mas
que atingem o covo, identificando-se ramos com cerejas.
Crê-se ser fabrico de Sacavém, da época da Real
Fábrica e fabricado por volta de 1860, isto é, anterior ao período de
1886-1894.
Não possui qualquer marca no verso a menos
de um pequeno círculo esverdeado, gravado na massa, mas pelos seus três círculos
concêntricos salientes da massa, denunciam a base onde assentou, aquando do seu
fabrico, presumindo-se por isso ser da Real
Fábrica de Sacavém, anterior à aplicação de marcas ou de gravações na massa.
Diâmetro: 26,2 cm; altura: 4,5 cm.
No sítio JP Antiguidades e Velharias foi publicado, em Maio de 2012, uma
taça/saladeira, redonda, bicromada com frutos, considerada “provavelmente Alcântara”, com a seguinte imagem:
Se analisarmos o verso da mesma, vemos que
é diferente do verso da nossa:
esta apresenta os três pontos da trempe usada na
cosedura, pese embora também tenha uma pequena marca circular verde, mas não
possui os diversos anéis concêntricos que a nossa possui, marca da base onde
foi rodada, possuindo somente o círculo periférico exterior da base da peça característica
da louça de Alcântara.
Os pratos de fabrico de Alcântara, a partir do período de 1886
apresentam sempre o verso do seu fundo com a imagem que se segue, ou seja com
um único círculo periférico saliente, o que mais uma vez nos leva a considerar
que o nosso prato é de fabrico da Real Fábrica
de Sacavém.
Se for fabrica de Massarelos a situação é identica, veja-se por exemplo o verso de um prato:
No sítio Mercado Antigo numa postagem sobre a Real Fábrica de Sacavém é exibido um prato antigo com o motivo Alcobaça, em verde-escuro e não possui qualquer
marca a menos de um pequeno círculo verde, igual ao que exibe o nosso prato
fundo, o qual obviamente é identificado como sendo de Sacavém.
Os versos dos fundos dos pratos de Sacavém apresentam vários círculos concentricos, o que mais uma vez evidencia e confirma a identificação dada ao nosso prato, senão vejamos:
Por outro lado, a imperfeição do
vidrado e a rugosidade da massa e das suas imperfeições induzem ser do fabrico
do início da fábrica de Sacavém, qual
a mesma era gerida por Manuel Joaquim Afonso (período de 1850-1865) antes a
vendar ao inglês John Stott Howorth.
Em suma, mais um prato de fabrico da já mítica fábrica:
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