Fazem agora 75 anos, que ocorreu a Exposição,
em Portugal, das porcelanas de Sèvres, no Museu das Janelas Verdes, em Lisboa,
organizada sob o patrocínio dos Governos Francês e Português, da Association de Action
Artistique, de França, da Academia de Ciências
de Lisboa e da Academia Nacional de Belas Artes.
(Imagem da capa
do catálogo)
Tratou-se de uma excecional exposição das
afamadas porcelanas de Sèvres, que na primeira metade do século XIX alguma
influência tiveram nos fabricantes portugueses de porcelanas, mas que não se
encontravam com digna representação nos Museus em Portugal.
(Imagem da
fachada do Museu Nacional de Cerâmica de Sèvres)
O então Diretor dos Museus Nacionais de Arte
Antiga, João Couto, dizia: “Não era, por
consequência, de perder a oportunidade, agora proporcionada ao nosso público,
de poder tomar melhor contacto, de admirar e de estudar as belas peças que são
justo orgulho de França”.
O catálogo, por épocas, por tipo de
porcelanas e por tipo de peças características e de referência, as descriminava
de forma minuciosa. Eram as porcelanas tenras e as porcelanas duras, eram as
esculturas esmaltadas e não esmaltadas.
(Imagens de porcelanas e peças escultoricas apresentadas na exposição)
Eram as peças pertencentes à Manufatura
Nacional de Sèvres e as Peças pertencentes ao Estado Português.
(imagem de porcelana de Sèvres exibida no catálogo)
A marca adotada pela fábrica de Vincennes, era composta por dois LL´ entrelaçados, encimados
ou não pela coroa real. Sèvres continuou a usar a mesma marca mas indicava
conjuntamente o ano de fabrico, por uma letra, correspondendo a letra A, ao ano
de 1756. A partir de 111778, as letras começaram a ser dobradas (AA, para
1778).
Na Primeira Republica adaptaram o monograma
R.F. e a data era indicada pelo milésimo do ano.
(marcas da Manutactura de
Sèvres)
As porcelanas de Sèvres são produzidas usando
métodos tradicionais, possuindo um superior prestígio, quer em França, quer
pelo Mundo, dada a beleza das suas peças decorativas e ornamentais, com o
recurso a alegorias mitológicas.
Algumas
imagens representativas das peças decorativas e das louças de Sèvres)
Tudo isto a propósito e para relembrar a
escassez de exposições de cerâmica, faianças e porcelanas efetuadas em Portugal,
para que se tenha conhecimento, se aprecie e estude o que foi efetuado e
produzido nesta área e em Portugal, já que cada vez mais há menos fábricas e
mais se utilizam outros produtos e de outras origens, que não nacionais.
Exposições de cerâmicas, faianças e
porcelanas nacionais, com realização de catálogos, com imagens de todas as
peças, permite que seja efetuado um registo do que melhor e mais tradicional se
efetuou em Portugal, já que a maioria das fabricas tem vindo a encerrar e não
tem sido realizadas recolhas das peças que as mesmas fabricaram para virem a
serem expostas em Museus.
Essas peças continuam a ser guardadas,
estimadas e acarinhadas por particulares, não sendo do conhecimento geral,
perdendo-se uma importante divulgação pública do que se fabricou e produziu em
Portugal a nível da Cerâmica, das Faianças e das Porcelanas.
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