Hoje
apresentamos um prato decorativo, de pendurar, em policromia, por estampagem da
Fábrica de Louça de Alcântara, com uma cena romântica.
Trata-se
de uma interessante peça, de louça decorativa, em policromia fabricada pela
Fábrica de Louça de Alcântara, modelo que se crê ter começado a ser fabricado a
partir de 1900, data a partir da qual começou a ser utilizada a marca circular inserida
na pasta, com “LOPES & C.ª – ALCANTARA – LISBOA” e que coincide com a abertura
da loja na Rua da Prata, n.º 249-251, em Lisboa.
(Loja da Rua da Prata n.º 249-251, em Lisboa, a partir de 1900) |
Prato
de forma hexagonal, com bordadura recortada, dourada e aba com interessante
relevo, baixo-relevo, com decorações em padrão geométrico alternado, em número
de doze, sendo seis na cor amarela e outros seis na cor roxa, de aplicação aerógrafada
e em “degradée”, da bordadura para o covo.
Esta
decoração da aba, pode-se considerar estilo “Arte Nova”, correspondente ao
período que medeia entre os finais do século XIX e início do Século XX
O
motivo da decoração, em policromia, por estampagem, com uma cena romântica, ao
gosto da época ocupa o centro de prato – no seu covo, muito ligeiro.
Este
desenho central apresenta uma senhora vestida de forma impecável, com trajes à
época, ligeiramente dobrada a limpar a asa do cúpido; cena esta enquadrada por
luxuriante vegetação floral e por coluna clássica e banco de jardim, em pedra, provavelmente
mármore.
Crê-se
que este prato possa ser englobado numa das séries designadas por “Figuras
Clássicas”, ou “Figuras Românticas”, identificados pelo Mercador Veneziano, no seu blogue “A Fábrica de Alcântara: breves
notas sob a sua produção” (http://fabricadealcantara.blogspot.com/). Consideramos em "Figuras Clássicas".
No
tardoz do prato lá está apresentada a marca na pasta do carimbo circular de
Lopes e C.ª, já citado.
Em
suma um exemplar de um dos vários tipos de louça produzida pela Fábrica de
Louça de Alcântara: Louça Decorativa Policromada por Estampagem.
Fontes:
1) – “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”,
de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de
José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição –
1987;
2) – “Cerâmica Portuguesa – Marcas da
Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição
em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro –
1987;
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