A Fábrica de Louças de Massarelos, no tempo
em que era propriedade da Companhia das Fábricas de Cerâmica Lusitânia,
S.A.R.L., que corresponde ao período compreendido entre 1936 e 1945, dedicou-se
também à produção de tigelas e de canecas, para além de todo o outro tipo de
peças em faiança que produzia.
Uma das peças mais interessantes que
produziu foi uma mini tigela ou tacinha, monocromática, com decoração a negro,
alusiva à Vila da Ericeira (Vila piscatória, muito pitoresca, do concelho de Mafra,
a norte de Lisboa, na zona Oeste) com o Brasão da Ericeira, com o símbolo
alusivo à mesma – o Ouriço.
No período seguinte, após 1945, da era
da LUFAPO, também foram produzidas algumas tigelas em miniatura ou tacinhas, em
especial de publicidade, geralmente monocromáticas, como a que a seguir
exibimos tigela alusiva à Confeitaria Centenário, no Porto.
Em ambos os períodos foram produzidas
tigelas, com decoração monocromática ou policromática com diversos motivos
florais ou com enquadramento paisagístico
.
A peça em apreço, para além de ser
interessante pela sua pequenez, não deixa de ser muito curiosa pelo facto de
uma fábrica do Norte – Massarelos, fazer estas peças alusivas à Vila da
Ericeira e ao seu Brasão.
À época o brasão da Ericeira
era o que a peça exibe, pois agora, o brasão é outro.
De referir que a Fábrica da Vista Alegre
também produziu um paliteiro em porcelana, monocromático, na cor azul, com o
mesmo brasão e correspondente ao período de fabrico de 1922-1947.
Terá sido
que esta peça criou algum motivo para que a tigelinha de Massarelos alusiva à
Vila da Ericeira e ao seu Brasão fosse produzida por aquela Fábrica?
FONTES:
1) – “ A
Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma
unidade fabril pioneira” – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo;
Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta –
Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012”
2) - “Cerâmica Portuguesa e Outros
Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda
Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença
– 3ª Edição – 1987;
3) – “Fábrica de
Massarellos – Porto 1763 – 1936”, Exposição Fábrica de louça de Massarelos
1763 – 1936, Porto 1998; Coordenação de Mónica Baldaque, Teresa Pereira Viana e
Margarida Rebelo Correia, Museu Nacional Soares dos Reis;
4) - “Cerâmica
Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização,
Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da
Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;
5) – “ A
Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma
unidade fabril pioneira – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo;
Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta –
Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012”
6) - Sites da Net: OLX, Custo Just, Com shop, etc.
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