Apresentamos hoje mais um prato,
raso, de fabrico da Fábrica de Louças de Sacavém, em pó de pedra “granito”,
com um motivo “MIMOSO”, do período “REAL
FÁBRICA DE SACAVÉM”, com a inscrição “BHS & C.ª, que cremos
corresponder ao período temporal de fabrico, especifico, de 1885-1896, com uma
interessante e triplica decoração policromática, estampada na aba, que se prolonga
até ao covo, com decoração vegetalista, arranjos florais.
Trata-se de um prato com um carimbo,
na cor sépia, que se reporta ao período da Real Fábrica de Sacavém, mas com a referência
sob a mesma de BHS & C.ª, ou seja, quando a fábrica pertencia ao Barão ou à
Baronesa e superiormente o motivo “MIMOSO”.
Recordamos que John Stott Howorth, “Barão de
Howorth de Sacavém” faleceu em 1893, passando a fábrica a ser administrada
pela viúva, a “Baronesa de Howorth de Sacavém”, em sociedade de
comandita, com o guarda-livros da mesma, “James
Gilman”, até 1907, ano da sua morte, passando depois a FLS para a posse e
administração deste (Gilman).
Por outro lado, possui também a
marca incisiva na pasta de uma coroa real e a palavra “SACAVEM”, associada ao
período temporal de fabrico de 1885-1886, o que nos deixa algo confusos, pois
foi apenso uma marca de período anterior, esse embora cremos que se destinava
exclusivamente a caracterizar o tipo de fabrico: em pó de pedra “granito”.
Para conhecimento de todos aqui fica
a postagem respectiva e a exibição do prato em causa.
FONTES:
1) – “Fábrica
de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em
Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte –
Edições INAPA – 1997;
2) – “150
Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de
Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;
3) – “Porta
aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de
Loures – Setembro de 2008;
4) - “Porta
aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara
Municipal de Loures – Setembro de 2009;
8) -
“Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização,
Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da
Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJorge A.
ResponderEliminarBelo prato, boa pesquisa, sucinta e clara apresentação. Parabéns.
Adoro estas florzinhas. Tem um quê de Cia das Indias. Se bem que aquelas apresentam-se quase sempre em simetria.
Ia te falar mas esqueci. Tenho prometido fazer um post sobre Sacavém e VA das peças que tenho. E como não tenho condições de fazer uma postagem com informações, como esta, penso em fazer post meramente visual de várias peças e se tiver algum leitor que aponte uma opinião ou informação, tudo será bem vindo.
Abusando de sua bondade:
Como sabe, a gente vai juntando tanta coisa e tem hora que faz uma seleção. Tudo bem que só trazemos para casa peças que gostamos. Mas tem umas que gostamos mais.
E nestes tempos de crise, temo que nos virar. Então estou pensando em fazer um movimento oposto e desfazer-me de alguma coisa. Tenho em mente um par de fidalgos da Vista Alegre de 20 e poucos cm. Ele veste casaca roxa, ela corpete verde e parece segurar uma sombrinha. São marcados na massa. Penso que não sejam antigos. Por aqui não se acham em conta para comprar. Agora para vender, não sei se valorizam.
Gosto destas peças mas penso que não sejam tão difíceis de readquirir como os pratos de faiança, etc.
Tenho que fazer uma escolha ao contrário.
Só uma partilha de uma situação.
Um abraço.
ab
PS.Depois você apago o borrado. Era uma pergunta sobre a expressão "mimoso". Mas voltando ao post, me esclareci e re-editei o comentário.
Caro Amarildo,
EliminarObrigado por mais uma visita ao meu blog.
Realmente ainda não consegui desvendar a razão do motivo "MIMOSO" atribuído pela FLS a esta decoração. Vou continuar a procurar, se um dia vier a saber, farei uma adenda à postagem.
Porcelanas VA - não sei nada!
Continuação de boa semana.
Jorge Gomes