Mais uma peça deslumbrante da Estatuária
Artística de Coimbra, do período pré constituição da EAC, ou seja da
“Estatuária Frutuoso” – Coimbra.
Esta fábrica era propriedade de José Augusto
Frutuoso (Gaspar de Matos), que a tinha fundado, em 1926 (?), pese embora ainda
não tivesse o nome de Estatuária Artística de Coimbra e as peças aí fabricadas
fossem marcadas manualmente com as indicações “ E FRUTUOSO”
e “COIMBRA”.
A peça que apresentamos possui o nº 25 de
catálogo e encontra-se assinada por C.S.L.
Trata-se de um pequeno jarro, mas soberbamente decorado de forma
policromática, com cores muito fortes, em especial o azul (cobalto), mas
também com castanhos-escuros, amarelos-torrados e verdes fortes, tentando
preencher completamente a peça, a qual possui como base um vidrado num azul
claro, celeste.
Possui quatro filetes largos, em azul forte, um na base, dois no
bojo e um no colo, sendo que a bordadura da boca também possui um remate
semelhante.
O motivo central no bojo, intercala motivos vegetalistas, de
flores azuis, vermelhas e amarelas, com patos entre folhas verdes, inseridos em
cartelas lobadas com um filete fino castanho e um largo, pelo interior em
amarelo.
A postura dos dois patos é diferente, um com o bico para cima e
outro para baixo.
A preencher exteriormente o espaço às cartelas lobadas e entre os
filetes do bojo há arabescos azuis.
Inferior e superiormente nos dois anéis circulares, desenvolve-se
uma decoração floral, policromática, repetitiva.
Finalmente, o colo possui uma decoração simples, a vinoso.
A peça possui uma qualidade superior de decoração, demonstrando
cuidado no acabamento e firmeza na pintura – correspondendo, provavelmente, ao
período de melhor qualidade e com maior requinte de decoração da Estatuária
Artística de Coimbra (pré fundação) de 1926 (?) a 1943.
FONTES:
1)
– http://velhariastralhasetraquitanas.blogspot.pt/2014/05/faianca-da-estatuaria-artistica-de.html;
2)
– “Cerâmica – artes Plásticas e Artes Decorativas – Normas de Inventário”,
Museu Nacional do Azulejo, Ana Anjos
Mântua, Paulo Henriques, Teresa Campos, Instituto dos Museus e Conservação, 1ª
Edição, Maio de 2007;
Ainda bem que vai deixando este trabalho de classificação aqui, o que facilitará a vida dos vindouros, quando quiserem fazer a historiografia da cerâmica portuguesa.
ResponderEliminarEspero que continue, pois a cerâmica do século XX, apesar de apresentar frequentemente marcas, continua a admitir esta exploração e catalogação; quanto à mais antiga, bem, essa é um verdadeiro quebra cabeças, quase impossível de deslindar.
Bom final de semana
Manel
Caro Manel,
ResponderEliminarObrigada por continuar a visitar o blog e pelo seu comentário.
O seu incentivo, tal como o de outros visitantes do blog dão-me força para continuar a catalogação de peças cerâmicas do século XX e não só, das mais conhecidas às menos divulgadas.
Tentarei sempre fazer postagens com o máximo de consulta de bibliografia ou com o parecer de amigos e entendidos nesta área, para que as mesmas sejam o mais correctas possíveis.
Um abraço. Boa semana.
Jorge Gomes