A Fábrica de
Faianças Artísticas Vestal, inicialmente, VISTAL, produziu intensa e variada
faiança, tal como todos sabemos, com uma decoração peculiar e que marcou a sua
marca e o seu fabrico: as três flores, a amarela, a rosa avermelhada e a roxa,
adornadas com pétalas em verde ervilha, gavinhas em azul-cobalto e apontamentos
em vermelho sangue-de-boi, sempre sobre o fundo azul claro e as restantes
decorações e filetes em azul-escuro, o dito azul-cobalto.
(Fig. 1 - A Tigela da VESTAL) |
Uma curiosa tigela,
com soberba decoração, para uma pretensa peça de uso doméstico, quotidiano: uma tigela para comer o caldo verde.
(Fig. 2 - O motivo "FALANTE" na peça) |
Possui no
interior uma deslumbrante decoração, começando pelo filete da bordadura, em
azul muito escuro; segue-se a decoração do dorso interior, côncavo, da tigela com uma continuada decoração floral, em cornucópias, monocromática azul; segue-se
uma interessante frase ao gosto popular: “Tijela de caldo verdinho, oh! que rico
petisquinho”, e no fundo a habitual decoração policromática com as três rosas
(?), a amarela, a vermelha e a roxa, com as folhas a verde alface, e as
pintinhas vermelhas.
(Fig. 3 - A decoração exterior) |
No extra-dorso, a pós o filete de bordadura e sobre
o fundo em azul claro, mais dois arranjos vegetalistas, sensivelmente simétricas,
com as habituais três “rosas” e o prolongamento floral, tudo monocromático, em
tons de azul, rematando na base, com um filete amarelo e depois um outro, mais
largo, na cor azul-cobalto.
Fig. 4 - O fundo da tigela: frete e marca manual) |
No fundo da base, a marca manualmente
colocada: “VESTAL”, “ALCOBAÇA”, “PORTUGAL” e “158” – o número de catálogo da
peça.
(Fig. 5 - A marca manual VESTAL) |
Resumindo, uma
peça interessante, com pretenso uso doméstico, corrente, uma tigela para a
sopa, quer seja caldo verde ou outra, com uma soberba decoração interior e
exterior, e com uma frase a evidenciar o seu eventual uso, tornando-a assim uma
faiança falante, não muito habitual neste tipo de faianças, a não ser os pratos
de parede ou expor, com quadras.
(Fig. 6 - A interessante decoração interior da tigela) |
Crê-se ser uma
peça fabricada na década de 50 ou 60 do século passado.
FONTES:
1) - “Cerâmica de Alcobaça, Duas
Gerações”, edição do Museu de Alcobaça, 1992, texto de Jorge A. F. Ferreira
Sampaio e Raul J. Silveira da Bernarda.
2) – “Cerâmica em Alcobaça – 1875 até
ao presente”; exposição de 6 Abril a 4 de Maio 2011 – Catálogo da exposição,
coordenador: Luís Afonso Peres Pereira.
3) – “História da Industria na Região
de Leiria – Cerâmica”, Edição Jornal de Leiria, revista integrante da edição
n.º 1558, do Jornal de Leiria, em 22.05.2014.
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