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domingo, 10 de maio de 2015

Prato Real de Sacavém, motivo “VENEZA”

Outro motivo de decoração da Faiança da Fábrica de Louças de Sacavém bastante interessante e não muito corrente é o “VENEZA”, que possui uma exuberante e intensa decoração, estampada, quer na aba, que a preenche na sua totalidade, quer também por amplo preenchimento no fundo do prato, inserido numa reserva circular em grinalda.


E quando o fabrico corresponde ao período da Real Fábrica de Sacavém, perfeitamente identificado pelo carimbo estampado no tardoz do prato, complementado com a marca gravada na pasta, ainda mais importância e valor damos à peça.


O motivo “VENEZA”, e quando estampado em tom de verde seco ainda mais exuberante e cativante é a peça.


Na aba, a decoração vegetalista, repetitiva e intercalada entre reservas, é exuberante e com composições diferentes, entre si.




A decoração do fundo do prato (covo) exibe um interessantíssimo trecho arquitectónico, com um imponente conjunto edificado, constituído por palácios e outros edifícios apalaçados e com altas torres, para além de jardins, com muros, balaustradas, escadarias, vegetação, um lago, uma ponte em arcos e vários conjuntos de pessoas, tudo ao gosto “romano”, ou “veneziano”, e daí o nome do motivo “VENEZA”.






Remonta, provavelmente, ao período de fabrico de 1885-1886, pois possui a gravação na pasta correspondente ao período 1880-1885 e o carimbo que corresponde ao período de 1886-1894.


Este interessante motivo, "Veneza", amplamente aplicado na Faiança nacional foi adaptado do padrão Venetian Scenery, do fabricante inglês de faiança, Wood & Brownfield, como o bloguista Luis Y (velhariasdoluis.blogspot.com), me informou.


FONTES:

1) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

2) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

5) – “Dicionário de marcas de faiança” de Filomena Simas e Sónia Isidro, da Estar Editora, Lisboa – 1996;



7) – “Primeiras peças da produção da Fábrica de Loiça de Sacavém: O Papel do Coleccionador”, de Ana Paula Assunção, Carlos Pereira e Eugénia Correia, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – 2003;

sábado, 9 de maio de 2015

Prato Real de Sacavém, motivo “Lilian”

Todos sabemos da enorme quantidade de motivos aplicados nas peças em faiança produzidas na Fábrica de Louças de Sacavém, ao longo dos diversos períodos de fabricação.


De realce, sempre, os fabricos e os motivos do período correspondente ao da Real Fábrica de Sacavém, perfeitamente identificado pelo carimbo posto, com a soberba coroa real no centro do carimbo, completado com a marca gravada na pasta, constituída pela coroa e a palavra “SACAVÉM”.









                                                                                                                                                                                                                                                         
Um dos motivos menos usais é o “Lilian”, o qual apresentamos agora, aqui, num prato raso, com decoração a, negro, decoração também pouco usual na Fábrica de Sacavém.


Pese embora se trate de um prato, partido, colado, com falhas na aba, o mesmo merece a nossa atenção e carinho, pela decoração e motivo em jogo, dada a sua pouca existência, e consequente raridade.


Trata-se de uma decoração floral, com vários arranjos, com inicia na bordadura da aba, prolongando-se até ao covo; decoração essa estampada sob o vidrado.


Na verdade este motivo denota uma clara influência oriental, quer pelos motivos florais quer pelas reservas abstractas, com decorações geométricas, quer pela organização do seu conjunto.


Remonta ao período de fabrico de 1885-1886, pois possui a gravação na pasta correspondente ao período 1885-1886 e o carimbo que corresponde ao período de 1886-1894.

FONTES:

1) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

2) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

5) – “Dicionário de marcas de faiança” de Filomena Simas e Sónia Isidro, da Estar Editora, Lisboa – 1996;



sábado, 25 de abril de 2015

Faiança: Cavalinho, “puro” FLS


Muito provavelmente o motivo “Cavalinho” ou “Estátua”, com raízes no motivo Inglês, original “Grecian Statue”, foi o mais reproduzido de sempre, quer em quantidade, e lembramos-mos da Fábrica de Louça de Sacavém, quer em diversidade, pelas diversas outras fabricas que produziram o mesmo.


Posteriormente, e após a estampagem, começaram-se a fabricar outras “réplicas” mais populares e mais ao gosto do artista, por vezes com decorações ingénuas ou mais rudimentares, artisticamente, com recurso a desenho livre, a estampagem (aplicação de chapa recortada) e mesmo esponjados.


Mais recentemente, surgiram novas estampas do mesmo motivo, com outras tonalidades, mais esbatidas, como os casos dos pratos da Faiave, ou os que empresas como o IKEA ou as lojas chinesas comercializam.

E até já nas feiras de velharias, há alguns “comerciantes”, vendendo “gato por lebre” e tentam vender (e ainda vendem a incautos ou desconhecedores) reles réplicas actuais dizendo que são pratos motivo “Cavalinho” da fábrica de Sacavém.

Como redundância desta situação, à dias fomos almoçar a uma vila alentejana, num restaurante regional, com gastronomia característica da região, regularmente frequentado por estrangeiros, especialmente por espanhóis, e uma das “inovações” foi a apresentação de louça “cavalinho”, de produção recente e não muito laborada.

Mais “Cavalinho” deste, não!


Veio-me então a ideia de apresentar um mui antigo prato da Fábrica de Louça de Sacavém, com o motivo “Estátua” ou “Cavalinho”, na cor azul forte, com uma soberba e abrangente decoração, para se ver e apreciar a diferente o que de bom e belo se fazia e as simples e pobres réplicas que actualmente de produzem.


Parece-nos ser uma estampa bastante elaborada, ricamente preenchida com decoração na aba que se prolonga até ao covo e que muito se assemelhava ao modelo inglês similar produzido pela fábrica C. & J. Shaw, em que o cavaleiro é portador de uma lança e o pedestal exibe quatro figuras.


Para além disso a decoração da aba é soberba, com três reservas dentro das quais se apresentam estampas de castelos e palácios; reservas estas intercaladas, por outras reservas decoradas com frontões, grinaldas e flores.


O prato que reproduzimos, pela marca que possui, é dos mais antigos fabricados pela Fábrica de Louças de Sacavém.


De acordo com a fonte (5), será do período de fabrico compreendido entre 1870 e 1880,


Este sim, é um dos pratos, “puros” do motivo “Cavalinho” ou “Estátua”, da Fábrica de Louça de Sacavém.

FONTES:

1) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

2) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

5) – “Dicionário de marcas de faiança” de Filomena Simas e Sónia Isidro, da Estar Editora, Lisboa – 1996;


7) - http://mercadoantigo.weebly.com/sacavem.html

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Prato de Sacavém do Motivo 172, com carimbo do Motivo Estátua: Um enigma!

Prato de Sacavém do Motivo 172, com carimbo do Motivo Estátua: Um enigma!


Já anteriormente apresentámos um prato com este motivo decorativo (1) – o Motivo 172, pese embora, por vezes já tinha sido referenciado, incorrectamente, como o Motivo “Paz” (2).


Trata-se de um prato com uma decoração não muito corrente e pouco comum da Fábrica de Louça de Sacavém, que possui uma soberba decoração monocroma, estampada na aba, com uma interessante decoração na bordadura da aba e um filete grosso no limite do covo, que se interrompe e se  liga à decoração da aba; na cor azul-escura.


É um prato do período “GILMANS & C.ª”, (1905-1973), provavelmente de fabrico da década 30 ou 40 do século passado e possui no tardoz o carimbo, na cor negra, correspondente ao período, com identificação errónea do motivo “ESTÁTUA” e com uma marca numérica na pasta: “SACAVEM” e “52-CK”.





Possui ainda dois caracteres figurativos, na cor preta: “uma circunferência com o centro” e outro indecifrável “?”.

Eis pois o enigma: qual a razão por que este prato tenha sido identificado com o motivo “ESTÁTUA”, quando toda a gente conhece esse motivo e de imediato detecta esse erro?


Alguém conseguirá explicar esta ocorrência?

Do outro prato, do mesmo motivo decorativo 172 e já apresentado noutra postagem exibimos algumas imagens do mesmo, para comparação com o que agora apresentamos.





FONTES:




3) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

4) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

5) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

6) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;



sábado, 21 de março de 2015

Prato da Fábrica de Louças de Sacavém, Motivo “MIMOSO” - carimbo BHS & C.ª.

Apresentamos hoje mais um prato, raso, de fabrico da Fábrica de Louças de Sacavém, em pó de pedra “granito”, com um motivo “MIMOSO”, do período “REAL FÁBRICA DE SACAVÉM”, com a inscrição “BHS & C.ª, que cremos corresponder ao período temporal de fabrico, especifico, de 1885-1896, com uma interessante e triplica decoração policromática, estampada na aba, que se prolonga até ao covo, com decoração vegetalista, arranjos florais.


Trata-se de um prato com um carimbo, na cor sépia, que se reporta ao período da Real Fábrica de Sacavém, mas com a referência sob a mesma de BHS & C.ª, ou seja, quando a fábrica pertencia ao Barão ou à Baronesa e superiormente o motivo “MIMOSO”.


Recordamos que John Stott Howorth, “Barão de Howorth de Sacavém” faleceu em 1893, passando a fábrica a ser administrada pela viúva, a “Baronesa de Howorth de Sacavém”, em sociedade de comandita, com o guarda-livros da mesma, “James Gilman”, até 1907, ano da sua morte, passando depois a FLS para a posse e administração deste (Gilman).





Por outro lado, possui também a marca incisiva na pasta de uma coroa real e a palavra “SACAVEM”, associada ao período temporal de fabrico de 1885-1886, o que nos deixa algo confusos, pois foi apenso uma marca de período anterior, esse embora cremos que se destinava exclusivamente a caracterizar o tipo de fabrico: em pó de pedra “granito”.



Para conhecimento de todos aqui fica a postagem respectiva e a exibição do prato em causa.



FONTES:

1) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

2) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;




8) - “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;





domingo, 15 de março de 2015

PRATO COMEMORATIVO DO 4º CENTENARIO DA CHEGADA À INDIA DA FABRICA DE LOUÇA DE SACAVÉM

A Fábrica de Louça de Sacavém presenteou-nos ao longo dos seus muitos anos de fabrico com pratos decorativos, policromáticos, de rara beleza, muitos dos quais ainda, felizmente, existem.


Reportamos-nos hoje a um belo exemplar, policromático, decorado a tons de verde, azul, castanho e vermelho, tendo como motivo a comemoração do 4.º Centenário da chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498, logo um exemplar, provavelmente, de 1898.

Como não podia deixar de ser a decoração apresenta os motivos alusivos a tal comemoração:


- a figura principal, no covo do prato, lateralmente: D. Vasco da Gama, na cor azul, com um colar, ao peito, com a Cruz de Cristo, a vermelho;


- em local oposto do covo e estendendo-se até à aba, na cor castanho, a Torre de Belém, engalanada com uma bandeira à época do descobrimento;

- na aba uma cercadura interrompida, em cordame com nós, na cor verde, atravessando três bois, na cor vermelha, com um debrum, onde é exibida uma outra Cruz de Cristo, a verde com o interior a vermelho e sob a mesma a data 1497 – 1898.


- o remate da corda com o Escudo de Portugal, sobre uma âncora, na cor verde; Escudo esse com os castelos na cor amarela e as quinas na cor azul.


Em suma, um conjunto de símbolos manuelinos que se reportam a essa Epopeia dos Descobrimentos Portugueses.

Exemplar semelhante, mas só a duas cores já foi exibido no blogue citado em (2), cujas imagens reproduzimos aqui com autorização do seu autor.





Um prato semelhante a este já foi apresentado no livro referido na fonte (6) a páginas 368.

Por outro lado no blogue citado na fonte (3) também já foi exibido um prato policromado, igualmente a três cores, mas diferentes das do que apresentamos.



Para identificação do mesmo apresentamos foto do prato, com a devida autorização do seu autor deste excepcional e deslumbrante blogue: http://memoriadosdescobrimentosnaceramica.blogspot.pt;

O prato encontra-se com marca inserida na pasta – a coroa real e sob a mesma “SACAVEM”, pelo que corresponde a um fabrico da época iniciada em 1885-1886 e que se prolongou, provavelmente até 1905, convivendo com outros carimbos aplicados à época e que neste caso confirma-se pela data comemorativa do prato. Eis pois um parto do final do século XIX.


Neste fabrico de pratos foi utilizada um tipo de pasta cerâmica com a aplicação de granito e que veio a receber o nome de “pó de pedra”.

Fontes:   




4) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

5) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

6) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

7) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

6) – “Dicionário de marcas de Faiança” de Filomena Simas e Sónia Isidro – Edição Estar Editora - Lisboa – 1996;